Cinh9neiro

 Claro! Aqui está a história reescrita na primeira pessoa, do ponto de vista do farmacêutico:



---


Já estou nessa farmácia há mais de vinte anos, e digo sem medo: eu já vi de tudo. Mas tem umas situações que ainda me arrancam um sorriso.


Era uma tarde comum quando entra um sujeito, meio tímido, com cara de quem tava carregando um segredo. Devia ter uns trinta e poucos anos, roupa de caminhoneiro, olhar desconfiado. Chega perto do balcão e solta:


— Boa tarde, seguinte, senhor… é que eu tenho um amigo, sabe? Ele tá com um problema ali na virilha… apareceu uns carocinho, uns bichinho… ele não pôde vir, então pediu pra eu comprar alguma coisa pra ele.


Na hora eu já saquei. Não era a primeira vez que alguém aparecia com o clássico "meu amigo". Dei aquele olhar de canto de olho, meio rindo por dentro, e pensei: “aham, Cláudia, senta lá”.


Mas mantive a pose. Sorri e disse:


— É mesmo? Então põe o amiguinho pra fora aí, vamos dar uma olhada.


Ele deu uma risada nervosa, percebeu que a mentira tinha furado. Tentou recuar:


— Não precisa, não…


Eu insisti, sem muita cerimônia:


— Vamos deixar de besteira. Vem aqui comigo na salinha.


Levou uns segundos, mas ele acabou cedendo. Entramos na salinha de atendimento e eu pedi:


— Abaixa aí a calça e a cueca, deixa eu ver.


Ele obedeceu. Quando vi, soltei logo:


— Eita… tá infestado! Você por acaso andou com alguma garota de programa por aí?


Ele ficou meio sem jeito, respondeu:


— Não, senhor… sou caminhoneiro. Peguei isso aí nos banheiros de estrada, acho.


Mandei ele se vestir e fui direto ao ponto:


— Seguinte: primeiro você vai ter que raspar tudo. Sem isso, o tratamento não funciona direito. Depois, aplica esse remédio aqui no seu… amiguinho. Vai coçar um pouco, mas em uns dias melhora.


Ele agradeceu, ainda sem graça. E eu só pensei: pobre coitado, devia era estar mais preocupado com os pernilongos das estradas do que com os mentirinhas na farmácia.



---


Se quiser, posso ajustar o tom — mais engraçado, mais sério ou até em formato de crônica. Só pedir!


Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Causo

c

Conto