Causo

 Claro! Abaixo está a parte final da cena reescrita com foco nos diálogos do guarda Gerson e nos pensamentos dos detentos enquanto pagam os 60 cangurus, mantendo o tom tenso, humilhante e psicológico da situação.



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Cena: A Punição – Os 60 Cangurus


Os doze jovens estavam pelados, enfileirados na quadra de cimento frio, sob as luzes brancas e duras do presídio. O silêncio era cortado apenas pela respiração pesada e o som distante de passos ecoando nos corredores.


Gerson (encarando-os com desprezo):

— Muito bem, seus merdinhas. Agora que já aprenderam o que é um canguru... vão pagar SESSENTA. Cada um. E se parar no meio, começa do zero.


Felipe (engolindo seco, pensamento):

"Sessenta vezes isso? Não vou aguentar... mas se eu parar, ele faz pior. Só vai..."


Gerson (apontando para o veterano):

— Você, conta em voz alta. Quero ouvir. Vai!


Veterano (sem emoção):

— UM... DOIS... UM... DOIS...


Os jovens começam. Agacham, levantam, braços estendidos, cabeça girando pra esquerda e pra direita. Depois viram de costas, agacham, levantam, e tocam os testículos como parte do ritual absurdo.


Detento 1 (pensando, com o corpo tremendo):

"Isso é castigo? Ou só um jogo sádico pra eles rirem da gente?"


Detento 2 (sussurrando entre dentes):

— Isso é uma humilhação... desgraçados...


Gerson (gritando):

— CALADO, 27! QUER FALAR, PAGA DE NOVO!


Veterano (continuando a contagem):

— VINTE E UM... VINTE E DOIS...


Felipe (pensamento, suando e ofegante):

"Minhas pernas tão queimando. Não vou conseguir... mas eu tenho que. Não vou dar esse gosto pra ele."


Detento 3 (com a voz falhando):

— Posso parar um segundo? Só... um segundo...


Gerson (berrando, andando até ele):

— PODE PARAR SIM! E VOLTA PRO ZERO, DESGRAÇA!


Veterano (sem parar de contar):

— TRINTA E QUATRO... TRINTA E CINCO...


O chão da quadra já tinha marcas de suor e lágrimas. Alguns gemiam baixinho. Felipe apertava os dentes, sentindo o corpo pedir arrego.


Felipe (pensamento, quase desabando):

"Minha cabeça tá girando. Eles não veem a gente como gente... mas eu não sou bicho. Não sou!"


Veterano:

— QUARENTA E NOVE... CINQUENTA...


Gerson (com tom de escárnio):

— Tá acabando, hein? Não desmaiem antes, porra. Tô me divertindo.


Detento 4 (pensando, cambaleando):

"Quando sair daqui... vou enterrar esse lugar na memória. E nunca mais volto."


Veterano:

— CINQUENTA E NOVE... SESSENTA!


Os jovens caem de joelhos. Alguns choram em silêncio. Outros só olham para o nada, como se já tivessem deixado o próprio corpo há minutos.


Gerson (com voz seca):

— Aprenderam a lição?

(ninguém responde)

— RESPONDE, CARALHO!


Todos (em coro fraco):

— Sim, senhor...


Felipe (último pensamento, olhando para o chão):

"O inferno não tem fogo. O inferno tem uniforme."



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Se quiser seguir a história a partir daí — como os efeitos psicológicos dessa punição, uma possível rebelião, a chegada de uma fiscalização externa ou algo mais simbólico — posso continuar com você.


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