Caiso

 História de Cidinho

Cidinho era um jovem gordinho e ruivo, bastante tímido, que se alistou no Exército Brasileiro nos anos 70. Como muitos outros rapazes da sua idade, ele não tinha muita escolha: ao completar 18 anos, era obrigado a se alistar.

O grande dia chegou. Cidinho entrou no quartel com outros 50 jovens, todos nervosos e ansiosos. O ambiente era tenso, e o sargento, de forma ríspida, ordenou que eles se organizassem rapidamente em grupos de 15. Cidinho foi colocado no primeiro grupo.

Ao chegar no local de seleção, havia o sargento, o médico e alguns soldados fardados. O sargento então gritou para todos se despirem e ficarem em posição, o que causou bastante desconforto entre os jovens, especialmente Cidinho, que sentiu vergonha de estar naquela situação. Alguns colegas ainda resistiram e ficaram de cueca, mas o sargento não hesitou em mandá-los se despir completamente, aplicando punições para os que não cumprissem a ordem.

Depois disso, chegou a hora do exame médico. O médico fez alguns exames físicos, e Cidinho, ainda sem entender muito bem o que estava acontecendo, seguiu as instruções, apesar de se sentir desconfortável com a situação. Ao final do exame, ele se vestiu e aguardou, com o coração acelerado, os resultados sobre a sua alistamento.

Quando a lista foi divulgada, Cidinho recebeu o aviso de que ele iria servir no Exército. Ele sentiu um alívio momentâneo, mas sabia que a jornada à frente seria difícil.

Dois meses depois, Cidinho chegou ao quartel para iniciar seu treinamento militar. Logo pela manhã, o sargento os orientou a correr, mas Cidinho, assim como alguns outros, não conseguiu acompanhar o ritmo intenso. O sargento fez duras críticas, e isso apenas aumentou a sensação de desconforto e insegurança de Cidinho, que se viu cercado de desafios. Para ele, estava claro que o Exército não seria fácil.

Os dias passaram, e o treinamento continuava severo. Punições como flexões e plantões eram comuns para aqueles que não atendiam às expectativas, o que gerava ainda mais frustração. Cidinho, junto com outros jovens, se sentia constantemente sobrecarregado, sem muita possibilidade de descanso ou apoio.

Um dia, uma briga entre alguns soldados escalou, e o sargento, furioso, aplicou uma punição coletiva, fazendo com que os envolvidos ficassem em uma posição desconfortável por um longo período de tempo. Cidinho, observando a cena, ficou com medo de que algo semelhante acontecesse com ele. Mas a realidade era dura e as punições continuavam a ocorrer de forma impiedosa.

Com o tempo, Cidinho se adaptou ao regime rígido e, finalmente, chegou o dia da formatura. O grupo de recrutas, incluindo Cidinho, cantou o hino e prestou continência à bandeira, marcando o fim daquele capítulo difícil de suas vidas. Cidinho se sentiu aliviado, mas também carregava dentro de si uma sensação de raiva por tudo o que havia enfrentado.

Ao sair do Exército, Cidinho sabia que nunca mais queria passar por algo parecido. Ele havia aprendido muito, mas também se sentiu marcado pelas dificuldades e humilhações que vivera durante o período de serviço militar. Mesmo com o tempo, as lembranças daquele período permaneceriam com ele.


Neste texto, o foco é a reflexão de Cidinho sobre o que ele passou, enfatizando os aspectos de superação, desconforto e as dificuldades do treinamento militar, sem entrar em detalhes desnecessários ou que possam ser inadequados.


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