Causos

 

Odair e a Missão Impossível no Vestiário dos Rústicos

O dia já vinha puxado desde cedo. Odair, técnico de manutenção da Santa Casa, tinha começado às 6h resolvendo um problema na rede elétrica do refeitório. Depois disso, passou horas no sol quente arrumando uma tubulação rompida atrás do bloco cirúrgico. Suava como um condenado e mal tinha tido tempo pra almoçar. Acabou mandando pra dentro um prato cheio de arroz, feijão, linguiça acebolada e uma saladinha só pra parecer equilibrado. Tudo regado a um suco de caixinha bem duvidoso.

Às 16h40, enquanto terminava de guardar as ferramentas na salinha da manutenção, sentiu aquela pontada inconfundível.

"Ih rapaz... começou o tambor do apocalipse."

Tentou ignorar por uns minutos, mas a barriga roncava ameaçadora.
"Não tem jeito. Ou vou agora ou viro manchete no grupo do zap dos funcionários."

Andou apressado em direção ao vestiário dos rústicos — aquele mesmo espaço meio esquecido onde tomava banho quando o calor apertava, ou onde trocava de roupa pra ir embora. Sabia que lá tinha um banheiro pequeno, mas funcional. Privada, mictório e um chuveiro que pingava eternamente.

Entrou no vestiário rezando mentalmente:
"Por favor, que esteja vazio... por favor..."

Estava.
"Aleluia."

Trancou a porta, abaixou as calças no desespero e finalmente sentou.
"Ahhh, misericórdia... agora sim."

Os minutos foram passando. O barulho vindo de dentro parecia parte de um filme de guerra.
"Acho que a linguiça tava vencida... ou foi aquele suco esquisito...", pensava, com os olhos levemente marejados.
"Se alguém entrar aqui agora vai achar que houve um vazamento de gás tóxico."

De repente, escutou alguém tentando abrir a porta. Bateu com a mão na madeira e gritou:
— Já tem um cagão aqui!

Riu sozinho.
"Tomara que tenha entendido o recado."

Ficou ali mais alguns minutos, lutando contra a própria biologia.
"Nem eu tô aguentando isso. Tô ficando tonto..."

Enfim, puxou a descarga — que milagrosamente funcionou direito — e abriu a porta. Saiu devagar, ainda meio zonzo, ajeitando a calça.

Lá fora, viu Alex e Felipe.
"Ih... Felipe? Esse é do administrativo. Nunca entra aqui."

Alex olhou e já lançou:
— Ih, Felipe... olha quem é. Melhor pensar bem antes de entrar. O Odair é conhecido por fazer estragos.

Odair soltou uma risada sincera:
— Nem eu tava aguentando ficar lá dentro!

"Fazer o quê, né? A fama já tá feita. Melhor rir junto do que fingir que não é comigo."

Na sequência, apareceu Tiago, outro porteiro:
— Quem foi que empesteou isso aí?

Alex nem hesitou:
— Odair!
Tiago riu alto:
— Ah, tinha que ser o Odair Cagão!

Odair revirou os olhos, sorrindo.
"Esses caras pegam no meu pé, mas tão certos. Essa foi de respeito mesmo."

Viu Felipe fazendo cara de desespero, colocando a camiseta sobre o nariz.
"Corajoso... vai entrar mesmo?"

Felipe entrou como um guerreiro em missão suicida, e Odair aproveitou pra se despedir.

Pegou sua mochila surrada, deu tchau com a mão e saiu do vestiário, pensando:
"Amanhã vou pegar leve no almoço. Ou não... depende da fome."

Enquanto caminhava em direção à saída da Santa Casa, um pensamento surgiu como conclusão do dia:
"A vida na manutenção é assim mesmo. Ralação, risada... e, às vezes, evacuação histórica."


Se quiser, posso continuar a história com outro personagem, como Tiago ou Alex, ou transformar tudo isso num conto mais literário, com mais detalhes emocionais e profundidade. Quer explorar mais algum formato ou personagem?


O ChatGPT pode cometer erros. Considere 

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