Causo
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Catupiry e o Destino
Comi, sem fé, a pizza requeimada,
Coberta em pus de queijo derretido,
E ouvi, das tripas, o primeiro bramido —
A carne em guerra, a entranha revoltada!
Com gestos lentos, face desbotada,
Saí do templo, do convívio ungido,
E ao ver-me pálido, meio perdido,
Meu filho riu — minh’alma envergonhada!
"Fudeu", falei. O ventre em convulsão
Rugia como um monstro em agonia,
Clamando a liberdade da prisão.
Corri, febril, à porta da latrina —
Mas veio a voz, qual riso da traição:
"Não entra, tio! O vaso não caminha!"
Voltei, curvado, à sala do suplício,
Aonde o trono branco me aguardava.
E ali, do corpo, a podridão jorrava,
Num jato horrendo, escuro, fétido, suíço!
O som das vísceras em sacrifício
Rasgava a casa inteira, e me marcava.
Minha cunhada, em pranto, disfarçava
Com o volume alto o meu feitiço!
Oh, banheirinho ao lado da tevê,
Testemunha infeliz do meu colapso —
Ali deixei o resto do que é ser!
Sai como um cão vencido, sem casaco,
E vi nos olhos todos — sem querer —
O escárnio eterno, o riso feito laço!
Se quiser, posso escrever mais versos ou adaptar esse estilo para outros episódios da sua vida — como se fossem tragédias íntimas em sonetos escatológicos. Quer tentar outro?
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