Causo

 Título: O Exame dos Broncos – Por Dentro das Mentes

A cidade era pequena, o tipo de lugar onde o supermercado ainda anotava fiado em caderneta. Só havia um médico, o velho Dr. Oldman, que já devia ter se aposentado uns vinte anos atrás. Mas ninguém se importava — tradição era tradição.

Dr. Jones, recém-chegado de uma cidade maior, andava pelas ruas quase como um fantasma. Tinha diploma, técnica, disposição... mas nenhum paciente.

“Será que fiz besteira vindo pra cá? Eu só queria um lugar tranquilo, mas parece que nem pra receita de ibuprofeno me chamam.”

Foi numa festa de final de verão que as coisas começaram a mudar. Comendo costelinha num canto, Jones foi abordado por um homem robusto, voz de trovão e olhar de sargento.

— Você é o doutor novo, né? — disse Henry, treinador lendário do time de futebol da escola, os Broncos.

— Sou sim, prazer... — respondeu Jones, surpreso com o tom direto.

— Aparece amanhã no campo. Tenho um trabalho pra você. Vai conhecer os nossos garotos.

“Hmmm, parece uma oportunidade. Talvez eu finalmente possa mostrar serviço.” — pensou Jones, animado.


Na manhã seguinte, no vestiário abafado do estádio, Henry reuniu os jogadores.

— Ok, broncos! Escutem aqui, seus cabeças-ocas! Daqui uma hora o novo médico vai estar aqui. Vai rolar exame. Quero todo mundo só de cueca quando ele entrar. Se eu pegar UM de vocês vestido, vai pagar 50 flexões pelado no meio do campo. Tô avisando.

“Eles podem até rir entre eles, mas sabem que eu não brinco. Vão obedecer. Sempre obedecem.” — pensou Henry, com os braços cruzados, olhando os jogadores com o olhar típico de quem já venceu muita guerra nos treinos.

Os jogadores se entreolharam, sem ousar questionar.

“Mano, esse velho é doido, mas se ele mandou tirar a roupa, é melhor obedecer.”
“Cueca branca... sério? Eu devia ter usado a preta hoje.”
“E se esse doutor for esquisito? E se tiver mão gelada?”
“Tomara que esse exame de hérnia acabe rápido.”

Uma hora depois, Henry voltou, trazendo o Dr. Jones, que mal conseguia esconder a surpresa.

“Meu Deus... eles realmente estão todos de cueca. Isso é... bom, inesperado. Mas profissionalismo acima de tudo.”

Henry anunciou:

— Ok, broncos palermas, o doutor tá aqui. Agora é o seguinte: preparem-se pra ficar pelados. Vai ter exame de hérnia. Ordem médica.

“Se alguém rir, já sabe. Tô de olho.” — pensou Henry, com sua cara de poucos amigos enquanto encarava os garotos.

Jones pigarreou, tentando manter a calma.

— Vou passar de um por um. Quando for sua vez, abaixe a cueca até as canelas e eu vou pedir pra tossir.

O primeiro jogador se adiantou.

“Cara... isso é esquisito. Mas é só um exame. Vai, respira, finge que é no hospital.”

Cueca desce.

— Tosse, por favor.

— Cof.

Jones toca a virilha com rapidez e técnica.

“Tudo normal. Vamos para o próximo.”

Os demais seguem, um por um, cada um lidando com o próprio desconforto interno.

“Não olha pros lados. Só olha pra frente.”
“Tá quase acabando. Foco no chão.”
“Ai, minha dignidade... espero que ninguém esteja filmando isso.”
“Pelo menos é melhor que treino de sexta.”

Henry, imóvel como uma estátua de pedra, observa cada um como um general fiscalizando seu exército nu.

“Se esses moleques fizerem piadinha, eu dobro o treino de amanhã. Mas até agora estão comportados. Boa.”

Quando o último jogador é examinado, Jones guarda os instrumentos, alivia a tensão com um suspiro discreto e agradece.

“Ok... bizarro, mas foi um começo. Talvez agora comecem a me respeitar por aqui.”

Ele sai do vestiário, ainda um pouco atônito.

No vestiário, os Broncos respiram aliviados.

“Acabou.”
“Nunca mais reclamo de consulta com o dentista.”
“Será que agora podemos vestir as calças?”

Henry dá meia-volta e solta:

— Vistam-se. Amanhã tem treino dobrado.


Aos poucos, a história do exame se espalhou. Não como piada — mas como sinal de que o novo médico era, de fato, confiável. No fim, tudo começou com um toque clínico... e muita cueca branca.


Se quiser, posso expandir essa versão, fazer em forma de roteiro, transformar em quadrinho ou adaptar o estilo (mais sério, mais hilário, mais bizarro). Me avise como quer!


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