Causo

 

Cena: 6h50 da manhã – Antes de todos chegarem

O vestiário ainda está vazio. Silêncio. Lucas entra com cuidado, segurando um frasco de laxante líquido genérico, comprado discretamente na farmácia. Ele olha para os lados como se fosse um agente secreto.

Lucas (O Amendoim)
(sussurrando pra si mesmo)
— Agora tu vai ver, Odair. Isso é pelo trauma nasal da terça passada.

Ele pega a famosa garrafa térmica de Odair (etiquetada com fita crepe: “CAFÉ – NÃO MEXA”), destampa e pinga algumas gotas do laxante. Mexe com uma colher de plástico roubada do refeitório. Fecha de novo, sorri com malícia.

Lucas
— Operação Café Soltador: concluída com sucesso.

Ele se esconde rapidinho no canto e começa a trocar de roupa, como se nada tivesse acontecido.


Cena: 7h15 – O vestiário começa a encher

Odair chega com a mesma expressão de sempre: meio dormindo, meio urgente. Ele vai direto na garrafa térmica.

Odair (O Cagão)
(bocejando)
— Isso sim é sagrado. Bom dia é o café quente.

Ele serve no copinho, toma um gole longo. Estala a língua.

Odair
— Hmmm... Forte hoje. Deve ter sido o pó do João, aquele mais escuro.

João (O Tripé)
(entrando e ouvindo)
— Eu nem mexi nisso aí. Deve ser tua mão que pesa mais que tua consciência.

Lucas finge estar normal, observando de canto de olho, esperando o “efeito” começar.


Corte rápido: 7h40 – 25 minutos depois

Todos já estão no vestiário. Odair, sentado tranquilamente, lê uma revista velha da TV Fama. Nada acontece. Lucas começa a franzir a testa, impaciente.

Lucas (O Amendoim)
(em voz baixa)
— Ué... era pra ele estar no banheiro agora... será que botei pouco?

Ele vai até a garrafa, discretamente cheira o bico e toma um golinho do fundo — tentando ver se o sabor foi alterado. Nesse momento... entra Ricardo.

Ricardo (O Metralhadora)
— Ô, Odair... esse café é de hoje?

Odair
— É. Quer um gole?

Ricardo
— Tô com sede. Serve aí.

Odair serve pra Ricardo, que toma meio copo de uma vez. Lucas paralisa.

Lucas (sussurrando)
— Putz... dei laxante pro cara errado!


Cena: 8h10 – O início do caos

Som vindo do banheiro: uma sequência furiosa, digna do apelido “Metralhadora”. Lá dentro, gritos abafados.

Ricardo (de dentro do banheiro)
— QUE CAFÉ DOS INFERNOS É ESSE, MEU DEUS?!

Odair
(olhando pro copo, assustado)
— Mas... ué?

Lucas
(tentando sair de fininho)
— Bom, gente... tenho que ir pegar o carrinho da coleta...

João
(segurando ele pelo colarinho)
— Onde cê pensa que vai, sabotador de cafeteria?

Odair
— Espera aí... esse café tá com gosto estranho mesmo. Tu mexeu nisso, Lucas?

Lucas
— Não! Quer dizer... talvez... foi só uma gotinha! Era pro Odair, pô! Ele que me envenenou o pulmão ontem!

Ricardo (gritando lá de dentro)
— EU TÔ VIRANDO DO AVESSO, SEUS DESGRAÇADOS!!!

João
— É oficial. O Amendoim virou o ingrediente secreto.


Corte final: 8h30

Lucas limpando o banheiro com luvas e máscara, punido pelo próprio plano. Odair tomando outro café, rindo. João e Ricardo assistindo como quem vê um espetáculo.

Odair
(erguendo a garrafa)
— Pode tentar o que for, Amendoim. Meu trono é blindado.

Lucas
(resmungando enquanto esfrega o chão)
— Nunca mais confio em tutorial do YouTube...


Se quiser, posso escrever mais cenas — tipo uma vingança de Ricardo depois do laxante, ou o dia em que a supervisora entra no vestiário por engano. Quer continuar?


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