Causo

 Carnaval, Banheira e Cagada: A Saga de Oswaldinho"

Era Carnaval. E como todo bom grupo de marmanjos sem juízo, seis amigos resolveram alugar uma casa no interior, daquelas velhas, com piso rachado, sofá fedendo a mofo e um banheiro... sem porta. Isso mesmo: sem porta.

— Relaxa, a gente é homem, pô! — disse Juninho, com duas latinhas de cerveja na mão.
— Aqui é só brother, não tem frescura! — completou Leo, já montando a caixa de som no quintal.

No segundo dia de festa, depois de muita catuaba, churrasco malpassado e cinco rodadas de truco gritado, Rodrigão — o mais tranquilão do grupo — decidiu tirar um momento de paz no meio do caos.

— Vou tomar um banho de banheira, rapaziada. Foda-se o mundo.

Pelado, suado e com a cara de quem já viu dois carnavais a mais que devia, ele se jogou na banheira cheia de água morna, espuma de sabão e uma vela acesa em cima do vaso sanitário pra fazer o clima. Só não contava com o que viria a seguir.

Do outro lado da casa, Oswaldinho — o mais estabanado do grupo — já vinha de mãos na barriga e passos curtos, em pânico.

— MEU DEUS, ME ABRE CAMINHO QUE EU VOU EXPLODIR! — gritou ele, atravessando a sala como um touro desgovernado.

Sem nem perceber que o banheiro estava ocupado, Oswaldinho entrou correndo, deu de cara com Rodrigão relaxado na banheira e, mesmo assim, sentou no vaso ali mesmo, a meio metro do colega pelado.

— Foi mal, irmão... mas é emergência... ou era o vaso ou era o chão da sala! — disse ele, suando frio.

Rodrigão ficou paralisado por dois segundos, mas aceitou a situação com resignação.

— Manda ver aí, só não solta na água da banheira, por favor...

Foram três minutos de silêncio constrangedor, barulhos intestinais e um leve cheiro de morte subindo no vapor quente. Foi quando Oswaldinho gritou desesperado:

— RAPAZIADA!!! ACABOU O PAPEL HIGIÊNICO!!!

O grito ecoou pela casa como uma sirene.

Os amigos vieram correndo. Quando chegaram na porta do banheiro, viram a cena épica: Rodrigão afundado na banheira de espuma, com cara de quem já desistiu da vida, e Oswaldinho sentado no vaso, vermelho, suado, e de mãos abertas pedindo papel.

— MEU DEUS DO CÉU! — gritou Leo, já pegando o celular.
— UMA BANHEIRA, UM CAGÃO E NENHUMA DIGNIDADE! — gritou Juninho.
— ISSO É ARTE BRASILEIRA, MEU PATRÃO! — disse outro, filmando em close.

A zoeira começou na hora: gritos, gargalhadas, flashes de celular, e até trilha sonora com música de carnaval tocando no fundo.

— Isso vai direto pro grupo da firma! — gritou alguém.
— Oswaldinho cagando do lado do spa! O novo nível do luxo brasileiro! — berrava outro.

Rodrigão só murmurou:

— Eu só queria um banho...

E Oswaldinho, ainda com a dignidade pendurada:

— Me dá logo esse papel, desgraça!

A cena virou lenda. No ano seguinte, ninguém lembrava da escola de samba, do bloco ou do churrasco. Mas todo mundo lembrava da vez que o banho e a cagada dividiram o mesmo cômodo... e a mesma vergonha.


Se quiser, posso transformar isso num roteiro de esquete de comédia, curta-metragem ou até num texto estilo “contação de caos de bar”. É só avisar!


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