Causo

 

 Pesca e o Desespero na Canoa"

Era um sábado ensolarado e perfeito para uma pesca em família. O pai, o filho, o tio e o sobrinho, com suas varas e canoas, estavam prontos para encarar o rio que cortava a pequena cidade onde moravam. A ideia era relaxar, aproveitar o dia, pescar algumas trutas e esquecer do mundo. Só que o destino, como sempre, tinha outros planos.

Tudo começou tranquilo, com as risadas, as piadas e o tio contando as mesmas histórias que contava desde sempre. O pai, com sua calma habitual, explicava como escolher o melhor anzol, enquanto o filho, mais animado, queria fazer tudo por conta própria, ainda que não soubesse nem como segurar a vara direito. O sobrinho, que só queria pegar peixe pra tirar foto e colocar no Instagram, fazia uma bagunça na canoa.

“É a vida, né?” — pensou o pai. A manhã estava promissora.

Mas então, lá pelo meio-dia, algo estranho começou a acontecer. O tio começou a revirar os olhos, com uma expressão que dizia "não sei se fico preocupado ou se faço piada com isso". Não demorou muito até ele sussurrar:

— “Gente, tô mal… esse peixe aqui não me fez bem não.”

O pai olhou desconfiado, mas logo a situação ficou mais clara. O tio começou a suar frio e a se mexer na canoa, como se estivesse tentando se equilibrar em uma corda bamba. A barriga roncou de uma maneira sinistra. Ele olhou para todos e soltou, de maneira discreta:

— “Eu acho que a comida de ontem não caiu legal…”

Mas, claro, ninguém estava preparado para o que viria a seguir.

Acanhado, o filho tentou rir da situação, mas logo ele também sentiu aquele aperto. O olhar de dor foi instantâneo. Ele virou para o pai e, com um semblante de sofrimento, falou:

— “Pai… acho que foi o peixe. Eu também tô com a barriga…”

O pai, com sua experiência de vida, tentou manter a compostura, mas não demorou muito para ele também perceber o mesmo mal-estar. A canoa, antes tranquila, virou um campo de batalha. O pai virou-se para o sobrinho, que estava com os olhos arregalados, tentando disfarçar sua aflição.

— “Vai na boa, meu filho… não é nada grave.”

Mas a essa altura o sobrinho já estava visivelmente tenso. Ele, que nunca se importou muito com o que comia, agora estava preso entre o medo de vomitar e de, digamos, “deixar a natureza tomar seu curso”. Não demorou muito para ele, com um rosto de puro terror, se abaixar e perguntar:

— “Tio, onde é que tem um banheiro? Eu não vou aguentar não…”

O tio, já quase em pânico, apontou para o lado, indicando o rio. A solução era improvisada, e era a única solução disponível.

Mas a história não acabaria ali. O pai, que até então parecia estar mantendo o controle da situação, fez uma cara de quem acabara de ser atingido por um raio. Ele tentou se conter, mas não havia como negar: ele também não estava mais em condições de pescar. Ao invés de pegar peixe, parecia que todos estavam lutando pela sobrevivência.

De repente, a canoa virou um verdadeiro campo de guerra. Cada um tentando lidar com o desespero de não ter onde se aliviar, e ao mesmo tempo tentando se manter a flutuar — tanto a canoa quanto a dignidade. O tio, com sua barriga roncando e uma expressão de total derrota, foi o primeiro a se entregar ao caos:

— “Acho que vou ter que usar a natureza...”

E foi o que ele fez. O sobrinho, rindo nervosamente, não sabia se corria para o rio ou se dava um jeito de se segurar. O filho, com os olhos marejados de lágrimas, só sabia gemer baixinho:

— “Nunca mais eu como peixe fora de casa…”

Por fim, o pai, o mais experiente da turma, olhou para todos, deu um suspiro profundo e disse:

— “Isso é o preço que se paga por pescar em família…”

E, como um bom chefe da família, ele levou a canoa para a margem, onde finalmente todos puderam finalmente liberar os demônios internos. Com a pesca fracassada e todos exaustos, saíram do rio, rindo da tragédia.

Na volta para casa, ninguém mais queria saber de peixe. Nem de rio, nem de canoa. Todos estavam mais focados em como chegar ao banheiro mais próximo. E, claro, a piada que ia para as próximas gerações seria sempre a mesma:

“Lá no dia da pesca, a gente não pegou peixe, mas pegamos... outra coisa!”


Fim!

Se precisar de algo mais, é só falar! 😄


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