Causo

 

 dia que o boy do Alphaville aprendeu o que é piriri de verdade”

Cês num tão ligado na fita que foi esse final de semana, viado.

Então, tô com um boy faz uns dois meses, tá ligado? Mas não é qualquer boy… é boy rico, desses que fala “excelente” no lugar de “daora”, que usa cinto até pra ir na padaria e que me chama de “meu bem” com voz de GPS educado.

O nome dele é Frederico. Mas eu chamo de Fredinho.

Ele todo fofo, mó respeitador, um lorde mesmo… mas eu sabia que em algum momento ia dar ruim, só tava esperando o universo agir. E adivinha? Agiu.

O Fred veio com a ideia de levar a gente pra um resort de luxo. Falei: “Vamo, né? Nunca fui num bagulho desse, só vi no TikTok.”

Chegamo lá, o lugar parecia cena de novela das 6. Piscina azul clarinha, quarto com lençol branco que nem parece que pode sentar, e uns funcionário tudo falando "boa noite, senhora". Eu já me sentindo uma princesa da quebrada.

Fredinho, todo empolgado, me mostrou o cardápio do jantar com os olhinhos brilhando:

“Amor, olha que incrível: filé de peixe com redução de maracujá e crosta de castanhas.”

Eu olhei e falei:
“Meu irmão... cadê o frango à milanesa com arroz e vinagrete? Porque esse peixe aí tem até nome demais.”

Mas beleza, fomos no peixe, né? Pra não pagar de pobre. O gosto era bom, confesso, mas me deu um medo desde a primeira garfada. Só que o Fred, não — tava ali saboreando, fazendo aquele “hmmm” de gente que estudou em colégio com piscina.

Voltamo pro quarto, clima gostoso, tudo no esquema pra ser aquela noite romântica... quando de repente... me bateu uma cólica.

Mas não era cólica de TPM não. Era cólica de “corre pro banheiro agora senão já era o lençol de mil fios”.

Fui voando. A privada virou minha melhor amiga. E pra piorar, o banheiro era grudado no quarto, sem porta que abafa som. E o Fred ali, todo calado na cama, lendo um livro do Paulo Coelho, sei lá, fingindo que não tava ouvindo os estouros.

Passa um pouco, escuto ele:

“Amor, está tudo bem? Posso fazer algo?”

Falei:
“Ih, amor, só se tu souber exorcizar peixe chique, porque o bagulho aqui tá possuído.”

Aí não deu 10 minutos, escuto ele dando um “suspiro de angústia” e indo pro banheiro todo apertadinho. Quando saiu, tava com a cara pálida e os olhos marejado.

“Querida... receio que estou passando pelo mesmo desconforto.”

Aí começou a palhaçada: revezamento de banheiro.

Um entrava, o outro gemia do lado de fora. Teve hora que a gente ficou tipo dupla de guerra: eu vomitando, ele na privada. Depois invertia. Os dois destruídos, descalços, com toalha na cabeça e o balde no colo.

Eu zoei ele:

“E aí, dotor? Cadê o vinho branco que harmoniza com esse peixe maldito?”

Ele riu sem forças, mas ainda tentando manter a elegância, suando igual tampa de marmita:

“Realmente… foi uma escolha infeliz de jantar.”

Mano… nunca vi um boy rico tão rendido. No final da madrugada, ele tava sentado no chão, de cueca, tomando Gatorade morno e dizendo:

“Eu jamais esquecerei essa noite ao seu lado. Foi... intenso.”

Falei:
“Intenso foi esse cheiro aqui no quarto. Isso aqui não tem aromatizador que salva.”

No outro dia, descemos pro café da manhã com cara de quem lutou 12 rounds com o peixe do capeta. Ele ainda quis manter a pose, todo arrumadinho, mas andava devagar, tipo quem passou pela guerra.

Moral da história?

Nunca subestime o sistema digestivo da quebrada.
O arroz com ovo lá de casa nunca me fez passar essa vergonha.
E o Fredinho… tá até hoje traumatizado com “redução de maracujá”.

Mas tamo junto. Se o boy aguentou me ver no auge do desespero e ainda quis me dar beijo no final… é porque amor tem.


Se quiser, posso fazer uma versão dessa história em formato de áudio de WhatsApp, tipo aqueles áudios engraçados que viralizam com mina contando pras amigas. Só pedir! 😄


O ChatGPT pode cometer erros. Considere verificar informações importantes.

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