Causo

 Grande Desastre do Catupiry

A pizza chega, majestosa, no centro da mesa,
Mussarela ao lado, Catupiry, a temerosa.
Meu pai, com apetite, não pensa nas consequências,
Ataca a fatia, sem dar conta da urgência.

Mas o queijo... ah, o queijo! É traiçoeiro,
Dissolve-se na boca como um veneno ligeiro.
De repente, o rosto de meu pai é um espelho de pavor,
Ele sente o prenúncio de um grande torpor.

"Fudeu", ele solta, a mão na testa suada,
O semblante de quem viu sua alma ser levada.
Levanta-se apressado, como quem corre para a guerra,
Mas a fuga é encurtada pela gritaria que encerra:

"Tio! Não vai nesse banheiro, não! Tá quebrado!"
Mas já era tarde, o desastre está anunciado.
Meu pai, com o rosto tingido de vermelho profundo,
Agora é prisioneiro de seu próprio mundo.

Ele sai correndo, feito um atleta em fuga,
Mas a casa, já sabendo, aguarda e se insinua.
Os sons começam, discretos, mas firmes,
E o silêncio na sala se quebra em gritos e grimas.

Sabe aquele som? Aquele som que te cala?
Sim, meu pai soltou o "grande som da fala".
Cada peido ecoava com força na água,
Era um concerto, uma verdadeira valsa.

A TV sobe, com a tia tentando disfarçar,
Mas o bafo do banheiro ninguém consegue ocultar.
Meu pai, lá dentro, se sentia um mártir,
Enquanto na sala, a risada de todos se expandia, um alarde.

"E agora?", pensei, "o que vai acontecer?"
Meu pai, com olhos de quem não pode entender,
Sai da prisão, vermelho como um tomate maduro,
E o ar da casa já está pesado, imundo, e puro.

"Não tem mais jeito", alguém diz entre gargalhadas,
"O cheiro vai ficar nas paredes, nas jornadas."
A pizza de Catupiry agora é só um detalhe,
A verdadeira história é a cagada que ninguém mais vale.


Aí está! Agora, com mais ênfase na "cagada" do seu pai e nas reações ao redor, tentando capturar o caos total que se instaurou. Como ficou?

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