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Saga de Cidinho e o Trono da Vergonha
Cidinho era um gordinho tímido e quieto, injustamente acusado de um crime que não cometeu. Acabou sendo preso preventivamente enquanto aguardava a investigação. Só que Cidinho tinha um problema sério: ele simplesmente não conseguia cagar fora de casa. Era o tipo de pessoa que precisava de silêncio, privacidade e, de preferência, um cheirinho de lavanda no ar.
Quando chegou na prisão, já sentiu um calafrio. Foi levado até a cela e, para seu horror, não havia nem privada — só um buraco no chão, sem qualquer tipo de privacidade. Dividia a cela com mais dois presos.
No primeiro dia, Cidinho segurou. No segundo, também. Mas nesse dia, ele viu uma cena que o deixou em choque: um dos colegas de cela estava agachado, mandando ver no buraco, enquanto o outro estava bem na frente dele, conversando como se nada estivesse acontecendo. Tranquilo, como se fosse um papo na fila do banco. Aquilo desestabilizou Cidinho, que decidiu segurar mais um dia.
No terceiro dia, Cidinho acordou apertado. Já não conseguia pensar em outra coisa. Os colegas notaram que ele estava estranho e perguntaram o que havia. Ele, envergonhado, confessou:
— Tô há três dias sem cagar...
Eles caíram na risada.
— Mas por quê?
— Eu... eu não consigo cagar com plateia...
Riram mais ainda.
— Para de frescura, irmão. Aqui é isso mesmo: caga e segue a vida.
Mas Cidinho não conseguiu. Mais um dia segurando.
Chegou o quarto dia. O limite. O ponto sem volta.
Cidinho acordou e foi direto para o buraco. Sentou-se ali, tentando ignorar tudo ao redor. Mas os colegas, vendo a cena, não perderam a chance. Começaram a narrar a situação como se fosse uma final de Copa do Mundo:
— SENHORAS E SENHORES! Depois de quatro dias de suspense, está aí ele: CIDINHO, O INTESTINO DE FERRO!
— Ele se posiciona... concentra... e VAI SOLTAR A BOSTA!
Quando viram o “gol sair”, foi como se o Brasil tivesse marcado na final:
— ÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉ GOOOOOOOOOL!!!
Aplausos. Gritos. Tapinhas nas costas.
Cidinho, envergonhado, se limpou em silêncio. Depois, virou pro colega e pediu:
— Cara, na moral... não faz isso mais não.
O colega riu e disse:
— Irmão, relaxa. Aqui é assim: zoar e ser zoado. Deixa de frescura e se enturma.
Cidinho suspirou... e entendeu.
A partir daquele dia, ele cagava todos os dias. E sempre com narração.
Saiu da cadeia com o intestino funcionando como um reloginho — e, de quebra, menos vergonha do mundo.
Se quiser, posso adaptar isso para um conto com mais detalhes, uma versão estilo roteiro de curta, ou até uma história em quadrinhos. Me diz como você prefere!
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